Pelo fim da criminalização dos movimentos sociais



Pelo fim da criminalização dos movimentos sociais. Este é o tema central do CFESS Manifesta deste 17 de abril, Dia Internacional das Lutas Camponesas e Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

"O 17 de abril é uma justa homenagem em memória aos que tombaram em Eldorado dos Carajás na luta pela Reforma Agrária. Nesse dia o CFESS se une aos camponeses lutadores que acreditam na construção de uma nova sociabilidade e resistem bravamente frente a criminalização dos Movimentos Sociais. As ações da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, organizada pelo MST em abril, demonstram que os ataques do capital aos trabalhadores não fazem cessar a força coletiva", afirma a vice-presidente do CFESS, Sâmbara Paula Ribeiro.

Quem não se lembra, em setembro de 2009, do bombardeio dos meios de comunicação com imagens da fazenda Santo Henrique, em São Paulo, supostamente destruída por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. "A mídia veicula a imagem de que os trabalhadores sem terra são arruaceiros, violentos e inimigos da sagrada propriedade privada", aponta o CFESS Manifesta.

Para Sâmbara, as estratégias de repressão, motivadas pela intensa mercantilização da vida social, têm alimentado, por meio do Estado e da mídia, o cerceamento à atuação dos movimentos sociais, criminalizando-os pelos seus processos de organização e lutas populares. "Por isto, este CFESS Manifesta vem trazer reflexões que desafiam todos/as assistentes sociais a defender, com radicalidade, o direito a livre manifestação das organizações políticas dos trabalhadores/as. Como afirma o MST : lutar não é crime", ressalta.

O manifesto apresenta também dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que revelam a criminalização dos movimentos sociais. "Entre 1985 e 2009, conforme dados da CPT divulgados pelo MST, foram assassinados 1.546 trabalhadores rurais sendo que em 2009, 25 foram mortos pelo latifúndio".

-
CFESS MANIFESTA:

E pra refletir sobre esse dia que não pode ser esquecido de forma nenhuma, o CASS indica um documentário que aborda a questão agrária, contando a história das Ligas Camponesas e de todo este contexto que deixou suas marcas até os dias atuais.
-
Cabra Marcado pra Morrer é uma narrativa semidocumental da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962. Foi interrompido em 1964, em razão do golpe militar e recomeçado 17 anos depois, recolhendo os depoimentos dos camponeses que trabalharam nas primeiras filmagens.
Conta a história das Ligas camponesas de Galiléia e de Sapé e a vida de João Pedro através das palavras de sua viúva, Elizabeth Teixeira, que conta sobre a sua vida nesses vinte anos, assim como a de seus filhos, separados dela desde dezembro de 1964.
-
O filme está disponível no Youtube e a primeira cena, segue na integra:


-
Centro Acadêmico de Serviço Social - UFRN
Getsão 2009/2010: "Nada Será Como Antes!"

Comentários

Raquel disse…
"Cabra Marcado para Morrer" - Eu recomendo.