POSICIONAMENTO DA ENESSO REGIÃO VII SOBRE O ENADE E REFORMA UNIVERSITÁRIA

POSICIONAMENTO DA ENESSO REGIÃO VII SOBRE O ENADE E REFORMA UNIVERSITÁRIA


A ofensiva neoliberal atinge todos os setores da sociedade, com a educação não é diferente, a lógica de Estado mínimo faz com que o ensino ganhe estatus de mercadoria e para se ter acesso precisa pagar, geralmente são as camadas mais pobres da sociedade que banca esse ônus do capital. No Brasil a Reforma Universitária teve inicio no governo Collor, ganhou força no governo FHC e prosseguiu durante todo governo Lula com a implantação do REUNI ou Universidade Nova e o PROUNI (Programa Universidade Para Todos), os cortes violentos no orçamento voltado para a educação e a aplicação de dinheiro público nas universidades privadas expressa todo processo de contra reforma que ocorre no ensino superior há mais de 20 anos. O que questionamos não é o acesso que os estudantes da classe trabalhadora tiveram ao ensino superior e sim como foi e está sendo esse acesso e a qualidade de ensino oferecido a esses estudantes. Por isso que a nossa luta é por uma universidade popular, pública, gratuita, de qualidade e laica para todos, onde sua produção de conhecimento seja de fato voltada para a classe trabalhadora, para a nossa CLASSE!

O Exame Nacional de Desempenho do Estudante - ENADE é mais uma das medidas dessa contra reforma universitária que tende a mascarar a realidade das universidades, seja pública ou privada. Esse exame corresponde apenas 20% da avaliação institucional e é tido por muitas universidades como principal forma de avaliação, sendo assim transfere aos estudantes toda responsabilidade de uma avaliação positiva da instituição onde estuda.

 Vale destacar que o ENADE está dentro de uma estrutura maior que se chama Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES que prevê três etapas de avaliação, a estrutura física (acessibilidade, salas de aula, biblioteca etc), suporte institucional (pesquisa, extensão, corpo docente). Esse exame mostra apenas um recorte pontual de cada Instituição de Ensino Superior - IES e isso não ajuda na luta contra a precarização do ensino, além de desrespeitar a regionalidade dos estudantes.

Não somos contra uma avaliação critica das IES, somos contra a esse modelo de avaliação que se apresenta, devemos fazer uma reflexão sobre um exame que só serve para omitir todo processo de precarização do ensino, bem como ranquear as universidades que vendem suas notas do ENADE como sinônimo de qualidade de ensino, o que não é verdade!

Entendemos todas as dificuldades que os estudantes da Região VII (estado de São Paulo) têm em boicotar o ENADE, mas somente através desse posicionamento político iremos obrigar o Ministério da Educação – MEC a avaliar de fato as instituições, claro que nós enqunato estudantes precisamos continuar exigindo um posicionamento firme do MEC com relação as IES, caso o mesmo não o tenha!
Michelle Dias
Coordenação Regional - ENESSO
Região VII

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