Estudantes de Serviço Social,

            Um novo semestre letivo está começando. Para muitos, este é o primeiro semestre e o primeiro contato com a UFRN. O Centro Acadêmico de Serviço Social (CASS) não poderia deixar de parabenizar os novos alunos pelo ingresso na Universidade, sabemos o quanto foi árduo chegar até aqui e não temos dúvidas de que esse foi o resultado de um grande esforço. No entanto, não podemos esquecer aqueles que ficaram de fora, que são, infelizmente, a maioria. São amigos, primos, vizinhos ou colegas de turma que não tiveram a mesma felicidade que nós.
            Isso reflete a realidade do Ensino Superior, acessível somente a uma pequena parcela da sociedade. Segundo os últimos sensos, cerca de 5% dos jovens brasileiros estão em Universidades Públicas. A saída mais óbvia para isso é a expansão universitária, no entanto, expandir a Universidade não é tão simples assim. Expandir a Universidade não implica somente em aumentar a quantidade de vagas, mas também ampliar a quantidade de professores, técnico-administrativos, recursos para a assistência estudantil, para pesquisa e extensão, para que o acesso de jovens ao ensino superior seja maior.
            Contudo, não é essa a expansão que vive hoje a UFRN e demais Universidades Federais. Os últimos decretos e projetos para a Educação aprovados durante o Governo Lula, e ainda seguem em processo de implementação pelo Governo Dilma, embora tenham proporcionado a expansão das vagas, não têm garantido qualidade no ensino, condições de permanência a todos os estudantes carentes e têm aumentado a exploração e sobrecarga de trabalho dos professores e técnico-administrativos. Esse é um dos fatores que leva a que hoje os técnico-administrativos a nível nacional estejam em greve: a expansão não garantiu valorização profissional, aumento de salário e melhores condições de trabalho. Da mesma forma para os estudantes: apenas a minoria tem acesso à residência universitária e bolsa alimentação, as bolsas de iniciação científica para muitos é um mito, sem falar no circular, nos problemas com
Xerox, falta de orientação acadêmica e tantos outros, já velhos conhecidos nossos. Tudo isso leva a que tenhamos um altíssimo índice de evasão: 65% dos estudantes que ingressam na UFRN, não concluem seus cursos. Como vemos, o vestibular não foi a única barreira enfrentada por nós: permanecer na UFRN, para muitos, é um desafio.
            Por isso, entrar na Universidade não pode ser o início apenas de uma formação profissional. Nós, que fazemos parta da gestão “Se o presente é de luta, o futuro nos pertence” do CASS, convidamos você a se integrar no movimento estudantil e entrar na luta por uma expansão de qualidade!

Comentários