Nota do Coletivo de professores e estudantes em luta

CHAMADO À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA PARA A LUTA!!! 

Colegas professores, alunos e funcionários da UFRN: temos de reagir ao conservadorismo e ao corporativismo que atentam contra os nossos direitos fundamentais, que vão desde o direito de greve, à liberdade de expressão e à democratização das decisões. Já demos um passo importante nessa direção. Em histórica Assembléia dos docentes da UFRN, realizada no Centro de Educação, na última quarta-feira (06/ 06), professores de diferentes gerações e concepções políticas plurais, apoiados pelas correntes críticas do movimento estudantil, derrotaram as infrutíferas manobras regimentais da diretoria da ADURN aprovando o indicativo de greve que será referendado na consulta plebiscitária de amanhã dia 12/06.
Nesse momento, alguns professores submissos a projetos governamentais, institucionais ou pessoais, organizados em torno do PROIFES, querem impor à comunidade acadêmica da UFRN uma postura passiva,impossibilitando-a de lutar pelos seus direitos fundamentais de salário, condições de trabalho, condições de ensino, pesquisa e extensão dignas. Querem nos isolar do movimento docente nacional que, neste momento, é composto por 51 universidades em greve.
Estão tentando tolher a comunidade acadêmica da UFRN do seu direito de não só apoiar o movimento, mas de participar ativamente deste momento que exige nossa união política e reação diante do desprezo  atente do governo com nossa categoria, numa negociação que se arrasta desde 2011. Está claro que a escolha da diretoria da ADURN e do PROIFES pela negociação, a qualquer custo, fracassou. Comprova isto o fato de que professores de universidades dirigidas por esta federação se cansaram de esperar e engrossaram majoritariamente o movimento grevista nas IFES.
Alguns alegam que não se deve sacrificar o calendário acadêmico, preocupados com seus interesses pessoais e individuais em detrimento da luta coletiva. Outros alardeiam que não precisamos lutar, pois ganhamos mais uma “promessa” do ministro da educação, que não tem autonomia financeira e política para  acrescentar um centavo sequer no orçamento da união para atender nossas demandas.
A diretoria burocrática da ADURN esquece que a greve não nasce de uma decisão da cúpula sindical,  poiada apenas nos aparatos administrativo-institucionais, mas da base dos trabalhadores que exigem dignidade profissional, não só do ponto de vista das condições materiais, mas também da democratização das decisões institucionais e, fundamentalmente, salários que remunerem nosso trabalho com justiça.
Queremos uma carreira com abrangência nacional nas IFES, que assuma as peculiaridades locais,com base na autonomia universitária. Precisamos discutir: a excessiva carga horária de trabalho docente; os projetos de extensão com feição de filantropia e de mera prestação de serviços; bolsas compulsórias para o desenvolvimento de pesquisa e extensão e não processos competitivos desagregadores entre os pares; os processos de avaliação intra e extra-institucional; as condições de acesso e permanência dos discentes da UFRN (R.U, circular, residência universitária, políticas de bolsas e inserção no mercado de trabalho, práticas curriculares e didático-pedagógicas, ENEM/SISU, etc.); as instâncias de poder e a democracia universitária.
Os ex-arautos da liberdade defendem que a UFRN seja a única universidade do país a não aderir à greve, para receberem do governo um diploma de “bom comportamento”. Não queremos esse diploma, que poderá entrar para o nosso currículo como uma vergonha histórica.
Sem medo de errar o lado no campo de luta, nos colocamos ao lado daqueles que primam pelos trabalhadores, por uma universidade pública e socialmente referenciada, que garanta os direitos legítimos de sua comunidade e por uma sociedade plural, democrática e igualitária.


Por isso, conclamamos você, professor da UFRN, a votar no plebiscito a favor  da GREVE.

Unamo-nos à luta por uma UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE.

A GREVE E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO SÃO DIREITOS INALIENÁVEIS DOS BRASILEIROS, CONQUISTADOS A SANGUE, SUOR E LÁGRIMAS ATRAVÉS DE SUAS LUTAS!

Natal, 11 de junho de 2012

COLETIVO DE PROFESSORES E ESTUDANTES EM LUTA

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